O Dragão, como não tinha dinheiro foi trabalhar e algum tempo depois conseguiu ficar rico e comprou um carro, pois nesse Reino da Suíça já se tinha inventado o carro.
Numa tarde de Inverno nevou muito e o carro ficou soterrado. O dragão sabia que o calor evaporava a neve por isso usou o seu grande bafo e cuspiu fogo por todo o lado. Já saía fogo pelas orelhas, pela boca, pelo nariz… olhem lá que também saía pelo cabelo que, como é óbvio, só podia estar a arder de tanto fogo.
A Bruxa gostava do dragão e para não o aborrecer fazia sempre o que ele mandava, mas um dia cansou-se e foi-se embora. O Dragão ficou sozinho e triste, por isso tentou consolar-se fazendo coisas para brincar.
O dragão ficou esquecido do Reino das Cem Janelas, ninguém se lembrava dele pois tinham achado outro dragão.
Ele ficou sozinho e nunca mais teve uma vida feliz.
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- Ó Conselheiro porque o fizeste?- disse o Dragão muito zangado.
- Por nada, foi apenas um decreto que escrevi ao acaso.
- A sério?! E porquê isso se o rei não tem filha?
- Fiz isso porque o reino precisava de dinheiro, e com decretos ele ganha-se muito facilmente.
- Mas para quê mentir? Diz a verdade, que se calhar, até te dão o dobro!
- Olha que até tens razão, vou começar a verdade.
- E fazes muito bem ó Conselheiro - disse o Dragão muito contente ao Conselheiro.
- Amanhã volto cá outra vez e leio os teus decretos, mas só espero que estejam bem feitos e que digam a verdade. Prometes?
- Prometo – disse o Conselheiro muito, mas mesmo muitíssimo feliz por o Dragão não se ter zangado.
- Então até amanhã, Conselheiro.
- Até amanhã, Dragão.
Paulo Reis
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O Casal Perfeito
Já todos conhecemos a história de El- Rei Tadinho.
Mas o que terá acontecido ao Dragão depois de levar a Bruxa? È isto que vos vou contar por isso atentos.
Depois de o Dragão levar a Bruxa para o seu Castelo, refastelaram-se com um enorme e delicioso banquete.
Todos os dragões seus amigos estavam lá e todos gostaram muito da roupa da Bruxa.
Depois de casados a Bruxa apaixonou-se pelo Dragão.
Passados dez meses, a Bruxa deu à luz uma bela Drauxa (Dragão mais Bruxa) como o nome de Bruxinha.
Quatro anos mais tarde, a Bruxa disse ao Dragão:
-Sabes, El-Rei Tadinho não tinha filhas…
-Então quem és tu ?- interrompeu o Dragão.
-Eu era a Bruxa de Estimação do Reino das Cem Janelas.
-Porque fez ele isso? - interrogou-se o Dragão.
-Para salvar a vida do conselheiro - disse a Bruxa.
-Uau! Ele foi mesmo boa pessoa para o conselheiro! Fui um parvo! Trouxe-te sem dizer nada! O rei deve ter ficado com um grande problema! - exclamou o Dragão.
-Ouvi dizer que ele e o conselheiro estiveram mais de dois anos a ler cartas de bruxas, falsas e verdadeiras. -declarou a Bruxa.
-Oh não!!! O que foi que eu fiz? Devo ter-lhe arruinado a vida!!! –soluçou o Dragão que já começara a chorar.
-Não te preocupes! Também ouvi dizer que ele conheceu uma bruxa e casou com ela. – disse a Bruxa.
-Mesmo assim, vou-lhe pedir desculpas! –e sem dizer ou esperar que alguém dissesse qualquer coisa, saiu de casa e dirigiu-se ao castelo do rei.
No castelo, estava a avó de Riquezas a fazer sopa de feijão encarnado, quando chegou o Dragão, que começou logo por cumprimentar avó de Riquezas e o mordomo do rei.
Dirigiu-se à sala do trono e começou a falar:
-El-Rei Tadinho, sua mulher e filhos. Venho pedir desculpas a vós meu bom rei! Peço-vos mil desculpas!!!
E, com uma das cabeças, começou a beijar os pés do rei e com outra as suas mãos, enquanto as restantes falavam.
-Mas porque me pedes desculpa, meu velho amigo? – perguntou o rei.
-Porque eu levei a vossa Bruxa pensando que era a princesa e você arriscou a sua vida para salvar o conselheiro! – soluçou o Dragão muito tristemente.
-Não te preocupes, estás perdoado.
-O feijão está pronto! –anunciou a avó.
-Esplêndido! Vamos todos comer! Dragão, por favor, come connosco! – pediu o rei.
-Suponho que um bocadinho não faz mal.
E todos comeram, mas sobrou meio caldeirão.
-Não se preocupem que eu levo isso para casa! Majestade, queria só lembrar-vos de que ainda não pagastes a conta da luz do mês de Janeiro. – informou o Dragão.
O rei passou-lhe então o cheque e o Dragão foi-se embora com muita sopa de feijão, um cheque e mais importante do que isso, com a consciência tranquila!
Miguel Francisco
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